segunda-feira, 29 de junho de 2009

"your heart has hardened" III

Porque às vezes o que queriamos dizer, já foi dito por outrem.

"your heart has hardened"
My heart has forgotten...

Now I can easily walk away.

Adieu

"your heart has hardened" II

"The Garden
Mirah

Oh oh I really wanted that thing
I just want to sing
I love you baby
Won't you bring
All the flowers you
Find out in the garden
Don't tell me the truth
That your heart has hardened

But you don't want me anymore
How can it be
Look what you've done to me"

"Never Again
Kelly Clarkson

(...)
Does it hurt to know I'll never be there?
Bet it sucks see my face everywhere.
It was you who chose to end it like you did.
I was the last to know
You knew exactly what you would do
Don't say you simply lost your way
She may believe you
But I never will
Never again

(...)
But when your day comes,
And he's through with you.
And he'll be through with you.
You'll die together but alone."

"your heart has hardened" I

The Struggle
Mirah

And I hope you find
The magic on the floor
That I left behind
And I forgot to close the door
The careless gestures
That made it all so rough
What could I expect from
The great mystery above
It's uncontrolled
All the hate and all the love
The blame that I place
I'm never proud of
I'm never proud of

And every time I pass a place of trouble
I recollect the violence of the struggle
The struggle
The struggle
The struggle

An angel I was
Beloved by everyone
The devil you were
Just what I made you become
And i don't regret
This way it's gonna be
I just hope she gets
Treated better than you did me
You should give what you find
And not tread so fearfully
If you felt good inside
You wouldn't be so scared of me
You wouldn't be so scared of me

And when the light comes down you know it's gonna be a strong one
If we're still both around we look into the face of the sun
Of the sun
Of the sun
Of the sun

We could try to bury the hatchett in the cold, cold ground
But it's sure to heat up when the spring comes around

terça-feira, 9 de junho de 2009

What's Next?

Cantiga de Acordar – Chico Buarque e Edu Lobo

“Última ilusão
Amanhece já
Vai-se abrir o chão
Quiçá
A ilusão se esvai
É uma cena só
E a cortina cai
Sem dó
Vai cessar o som
A sessão já foi
Despertar é bom
Mas dói”


Sinto-me um tanto quanto entorpecida, apesar de ter acabado de tomar uma bela xícara de café forte e bem adocicado, do jeito que gosto, enquanto ouço músicas de Chico Buarque, deixando meu pensamento correr solto. Fui buscar meu histórico e certificado escolar hoje. Sim, eu sei que demorei para fazer isso. Os últimos meses, percebo agora, serviram como um momento de transição entre o fim do ensino médio e o começo da minha vida de fato. A verdade é que os derradeiros três anos da minha vida foram bastante turbulentos, principalmente 2007. Não vou entrar em detalhes nem descrever os vários porquês desses tempos de tormenta. Decidi lhes contar unicamente que foram momentos de discórdia em minha família, de dificuldades escolares, de problemas tanto com a minha própria saúde quanto com a de meus parentes. Deparei-me com várias situações difíceis e inéditas em minha vida. Por muitas vezes me desesperei e fiz com pessoas à minha volta se desesperassem também, derramei lágrimas equivalentes a toda uma vida.
Se eu for analisar em uma linha do tempo, 2006 foi só uma pequena amostra do que 2007 me reservava, no entanto nem de longe chegou a me preparar o suficiente, pois o ano que se seguiu trouxe consigo muitos acontecimentos que me pegaram de surpresa. Por sua vez, 2008 foi o ano pós-tempestade e pré-calmaria com algumas poucas recaídas de problemas familiares, durante o qual pude pensar no que eu faria com o meu futuro; tomei várias decisões, das quais algumas foram descartadas depois de um curto período de tempo. Mudei muitas vezes de opinião sobre o que faria no ano seguinte e sobre qual carreira eu iria seguir; a que eu queria já há muito tempo era como diretora de cinema, só que por causa de alguns “poréns” pensei que teria de escolher outra coisa. Em 2009 acabei voltando para a antiga e principal idéia e criei um plano nada ortodoxo para atingir meus objetivos. Passeis alguns meses em um curso pré-vestibular somente para não desencadear mais brigas com os que moram comigo, mas recentemente minha mãe finalmente percebeu que passar no vestibular da UnB não é o que eu quero agora e resolveu me apoiar.
Buscar meu histórico e certificado foi um dos diversos passos que tenho de tomar para seguir com a minha idéia mirabolante. O Objetivo, colégio no qual me formei, abrigou-me por apenas um ano. É um tempo muito curto para se conhecer alguém, ainda mais no meu caso; que após tantas confusões, estava tentando restabelecer quem eu sou e para onde vou. Foi extremamente estranho caminhar por aquela escola. Eu diria que foi minha formatura e colação de grau particular, já que não fui a nenhum desses eventos da minha turma no ano passado. Voltar ali, entrar na minha antiga sala e assinar meu certificado na mesa do professor foi um ritual pessoal de libertação, de conclusão de uma etapa, para mim muito mais significativo do que vestir uma roupa preta e larga, pegar um canudo de um professor que não sabe nada sobre mim e ir a uma festa cheia de pessoas que mal me conhecem. Espero que não esteja errada ao dizer isso, mas sinto que agora estou por fim pronta para seguir o caminho que eu escolhi.

Por: Érica Pierre Costa

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Cerejeira

Eu não sabia onde estava, de onde havia vindo, para onde iria, por que estava ali. Não sabia quem eu era, não sabia como havia chegado até aquele lugar. Nada disso me importava naquele momento. Só o que eu sabia era que o céu estava tingido de vários tons de cinza, coberto de nuvens. Eu podia ver os contornos delas, mal delineados pelas partes mais escuras, deixando escapar em alguns cantos um ou outro feixe de luz fraca. Sabia que o vento não estava forte, mas podia senti-lo frio controlando o ritmo com que se movia meu cachecol laranja. Eu sabia que podia sentir tanto a grama um pouco úmida pinicar meus dedos das mãos quanto a rigidez do tronco de cerejeira nas minhas costas. Olhei para cima, em direção à copa da árvore que estava no ápice de sua florescência, e pude enxergar as pequenas formas carmim balançando suavemente. Três pétalas se desprenderam descendo com calma, uma após a outra. Observei enquanto flutuavam, pairando delicadamente no ar. Uma delas caiu na maçã de meu rosto e senti sua textura roçar em minha pele, a segunda caiu em meu cabelo que se derramava em cascata sobre meu busto. A última foi levada pela brisa para longe, fora de meu campo de visão.
Uma única lágrima se libertou de mim. Desceu pelo meu rosto formando seu caminho, interrompido apenas pela pétala, que a absorveu manchando sua cor antes imaculada. Soltei um suspiro fraco pensando em como eu sabia que se apenas permanecesse sentada ali e esperasse, logo aquele vazio que me assombrava me consumiria por completo e eu não mais existiria.

Por: Érica Pierre Costa

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um Dia

Eu não sei mais o que dizer. O que era de se esperar depois de tanto tempo, de tantas conversas, de tantas cartas. A sensação que me aflige agora é a de que tudo o que eu possa falar será pura repetição e tédio. Mas ao mesmo tempo sinto que se eu conseguir reproduzir todas as minhas ingênuas, adocicadas e enjoativas palavras o máximo de vezes possível talvez exista uma possibilidade, por menor que seja, de que a situação se reverta. Não há muitas coisas novas a se dizer sobre esse assunto, existem mil casos iguais em toda a história e arrisco dizer que um mínimo de 90% deles já foi devidamente relatado e publicado. E daí? Eu digo e repito; E daí? Vai me dizer que você acredita neste instante que eu, EU, poderei mudar isso; que eu serei aquela que conseguirá documentar um pouco dos outros 10% até então desconhecidos? Você realmente acredita nisso? Claro que não. O número de pessoas céticas nesse mundo cresce a cada instante. Nem eu mesma acredito muito mais na minha capacidade de ser original. Talvez eu até consiga um dia relatar um caso diferente, nunca antes visto, que tenha a ver com esse sentimento tão consagrado, tão desprezado, tão idolatrado, tão demasiadamente falado; quem sabe um dia. Apenas sei que caso esse momento chegue, será uma história provavelmente fictícia, inventada, que se for ao menos inspirada em uma história real não será a minha história de vida e sim de outrem. Tudo o que me aconteceu quanto a isso até agora está dentro das histórias já comentadas infinitas outras vezes. Contudo nem por isso deixa de ser importante para mim. Por tudo o que já disse aqui, não irei me dar ao trabalho de detalhar o meu caso, aquele a quem me interessa saberá a que me refiro, ele saberá o que aconteceu e tudo o mais que a ele importa (ou não). A única coisa que confessarei é a seguinte: Ainda espero.

Por: Érica Pierre Costa

terça-feira, 26 de maio de 2009

Natureza Humana

Natureza Humana

Sou carne, sou sangue, sou humana.
Sou mente, sou corpo, sou pensamento.
Sou uma idéia de mundo jogada no ar.
Sou bêbado, mendigo, vagabundo.
Sou a alma do dia imundo.
Uma pessoa abandonada no altar.
Sou a tortura daquele que sofre.
Sou a doença daquele que tortura.
Sou a respiração vacilante do doente que morre.
Sou a dor, a amargura.
Sou o “a” craseado da dor que pertence à humanidade.
Sou o desconforto mórbido da angústia de alguém.
Sou a incerteza de uma absoluta verdade.
Sou a culpa de ninguém.
Sou o filho cuja mãe abandona.
Sou aquele nascido da fome.
A miséria trazida à tona.
Sou o começo, o meio, o fim.
Um mero pedaço de natureza humana.
Fruto da dúvida de sua essência.
O reino dos medos e inseguranças.
Sou a prova final de uma decadência.

Por: Érica Pierre Costa

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Eternidade Maldita

...Decreto ódio a todas as coisas perpétuas
Ódio às eternas angústias
Que assombram os minutos
Revelam-se
Nos instantes dos segundos
E por fim cercam-nos
Nos confins escuros
De nossos próprios mundos

Quisera eu poder
Aniquilar a eternidade
Dizimar os sentimentos
Que perseguem
Cada mero sorriso dos meus dias

Quisera eu poder
Ver-me finalmente livre dessa dor
Que involuntariamente guardo
Como única lembrança
Daqueles momentos findos
Em cantos escuros
De uma memória pungente
De uma presença ausente...

Por: Érica Pierre Costa