sábado, 9 de fevereiro de 2008

Ilusão

Como uma bruma prestes a se dissolver,
No primeiro e simples toque.
Como um fantasma a me assombrar,
Transparente, porém que esconde um segredo.
Como a água que não posso segurar,
Que me escorre pelos dedos.

Você apareceu,
E logo no primeiro olhar eu senti,
Que sentiria algo ti.
Com tuas loucuras,
Teus jeitos,
Que mesmo sendo estranhos,
Eram teus,
Portanto os amei.

Cada detalhe, mero detalhe,
Em você,
Eu amei.

Cada palavra,
Cada letra,
Cada silaba,
Que viesse de teus lábios,
Eu amei.

Mesmo quando as palavras,
Cortavam minhas esperanças,
Ainda assim eram tuas,
Logo,
Eu as amei.

Mas então, o que era inesperado para mim,
Ocorreu como eu não mais pensava ser possível.
Você me envolveu em palavras,
Por mim tão queridas,
Por mim tão esperadas.

Devolveu-me a esperança,
De ser verdadeiramente amada.

Só que, como a ilusão que era aquilo tudo,
Rapidamente se dissipou.
Tu me enganaste,
Fez-me sentir o gosto pela vida,
Para que fosse tão pior e tão doloroso
Quanto possível,
Quando eu não mais pudesse vivê-la.
Quando eu não mais pudesse senti-la,
Pois tuas mãos ensangüentadas do meu amor,
Tiraram-me esse direito.

E assim meu coração partira

Ainda posso sentir doer,
Quando penso que um dia,
Meus lábios ávidos e sedentos
De qualquer sentimento
Que viesse de ti,
Tocaram tua boca,
Envolveram tua língua,
Pensaram conter teu amor,
Mas ao invés disso contiveram uma mentira,

Hoje,
O teu beijo permanece em mim,
Porém,
Não sinto gosto de mais nada,
Apenas de traição.

Mas ainda assim,
Choro por ti,
Sofro por ti,
E amo-te mais que tudo
Esperando que um dia eu possa
Emergir desse buraco profundo.


Por: Érica Pierre Costa

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