quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um Dia

Eu não sei mais o que dizer. O que era de se esperar depois de tanto tempo, de tantas conversas, de tantas cartas. A sensação que me aflige agora é a de que tudo o que eu possa falar será pura repetição e tédio. Mas ao mesmo tempo sinto que se eu conseguir reproduzir todas as minhas ingênuas, adocicadas e enjoativas palavras o máximo de vezes possível talvez exista uma possibilidade, por menor que seja, de que a situação se reverta. Não há muitas coisas novas a se dizer sobre esse assunto, existem mil casos iguais em toda a história e arrisco dizer que um mínimo de 90% deles já foi devidamente relatado e publicado. E daí? Eu digo e repito; E daí? Vai me dizer que você acredita neste instante que eu, EU, poderei mudar isso; que eu serei aquela que conseguirá documentar um pouco dos outros 10% até então desconhecidos? Você realmente acredita nisso? Claro que não. O número de pessoas céticas nesse mundo cresce a cada instante. Nem eu mesma acredito muito mais na minha capacidade de ser original. Talvez eu até consiga um dia relatar um caso diferente, nunca antes visto, que tenha a ver com esse sentimento tão consagrado, tão desprezado, tão idolatrado, tão demasiadamente falado; quem sabe um dia. Apenas sei que caso esse momento chegue, será uma história provavelmente fictícia, inventada, que se for ao menos inspirada em uma história real não será a minha história de vida e sim de outrem. Tudo o que me aconteceu quanto a isso até agora está dentro das histórias já comentadas infinitas outras vezes. Contudo nem por isso deixa de ser importante para mim. Por tudo o que já disse aqui, não irei me dar ao trabalho de detalhar o meu caso, aquele a quem me interessa saberá a que me refiro, ele saberá o que aconteceu e tudo o mais que a ele importa (ou não). A única coisa que confessarei é a seguinte: Ainda espero.

Por: Érica Pierre Costa

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